segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Dicas de Filmes - Monstros S.A.


Sinopse

O filme trabalha com a perspectiva de duas realidades: a dos humanos e a dos monstros. O lado de "lá" - representado pela cidade em que se desenrola boa parte da ação, Monstrópolis - é bem similar ao nosso, exceto pelos seus habitantes: monstros, com todos os caracteres com que nossa imaginação costuma pintá-los - chifres, dentes afiados, partes do corpo com tamanho desproporcional, pelos, garras, aspecto asqueroso, etc.

Mike e Sully são monstros empregados da firma "Monstros S/A" (Monsters Inc., no original). Sua tarefa é assustar crianças pequenas todas as noites. Assim, quando as crianças gritam, é armazenada uma certa quantidade de energia, vital para a sobrevivência e a comodidade do mundo dos monstros.

O ponto de contato entre os dois mundos é a porta do armário dos quartos de crianças por toda a Terra. É por esse canal que os monstros invadem momentaneamente o mundo humano, assustam as crianças e depois retornam. A empresa mantém um imenso depósito de portas, e as processa por um sistema industrial e automatizado, qual uma linha de produção. É uma verdadeira fábrica, com turnos, gerentes, recepcionista, vestiários, e etc. A Monstros S/A é responsável pela captação e pela posterior distribuição da energia em Monstrópolis.

Os dois monstros formam uma equipe: Sully é quem assusta as crianças, e Mike é seu auxiliar - manuseia o equipamento que controla as portas e armazena a energia. Dividem o mesmo apartamento e são muito amigos. Eles são os recordistas da empresa em quantidade de energia armazenada, e participam dos comerciais da companhia. Mike é o baixinho falante e resmungão, Sully é o grandão pensativo e de grande coração.

Existe a crença, no mundo dos monstros, de que crianças são potenciais transmissores de doenças. Há uma preocupação, por parte dos monstros assustadores, em evitar ao máximo o contato com os infantes e os objetos que fazem parte de seu quarto. Quando um desses objetos é trazido acidentalmente para o mundo dos monstros, há a adoção de medidas profiláticas urgentes e extremas. O órgão responsável por isso é a CDA - Child Detection Agency.

O enredo do filme inicia-se com o ingresso acidental de uma garotinha nas dependências da empresa e, como não poderia deixar de ser, no mundo dos monstros. A princípio, a culpa pelo acidente parecer ser de Sully, que havia retornado à linha de produção fora do horário de expediente, a fim de resolver uma pendência burocrática de Mike. No local, ele nota uma porta fora do depósito e resolve abri-la. É surpreendido então por Boo, uma pequena garotinha que passa a brincar com ele.

A reação de Sully é a de espanto e horror. Ele, que todos os dias assustava dezenas de crianças com seu rugido, foge espavorido do pequeno ser de olhos brilhantes e sorriso maroto que o persegue sem cessar, pois o enxerga como um grande e bonito brinquedo com o qual deseja se divertir.

A partir daí, Mike e Sully passam a experimentar grandes e cômicos sobressaltos a fim de encobrir a presença de Boo em Monstrópolis e para devolvê-la à casa dela. Por fim, eles acabam descobrindo que a presença da garotinha na empresa não fora acidental, mas sim integrava um plano urdido por Waternoose, dono da companhia, em conluio com um dos assustadores, a fim de aumentar a produção de energia por intermédio de tortura infligida a crianças trazidas para esse fim a Monstrópolis.

Durante a convivência com Boo, Sully percebe que o riso das crianças gera muito mais energia que o grito de pavor. Esse detalhe é essencial para o final do filme: uma vez descoberta a trama do diretor, a empresa passa por uma reformulação em seus princípios, e as turmas de assustadores passam a ser de "divertidores". O clima na fábrica também melhora muito, torna-se mais ameno e divertido.

A relação entre Sully e Boo é a principal linha de condução do filme. Inicialmente, ele a repele como quem repele um ser abjeto, e ela, em sua inocência, é toda ternura para com ele. Com o passar do tempo, o monstro vai se afeiçoando à criança, chegando ao final do filme como verdadeiro protetor da criança.

Valores presentes no filme

Aceitação das diferenças - Sully possuía inicialmente um preconceito: crianças são perigosas, transmitem doenças e podem arruinar sua carreira. Afinal de contas, são seres de outra dimensão, desconhecidos e imprevisíveis, e por esta razão, temíveis.

Com o tempo, essa falsa impressão vai se desfazendo, e a afeição real entre Sully e Boo vai se cristalizando. O medo inicial se transforma em curiosidade; depois em surpresa; por fim em amizade e amor.

Esse é um grande ensinamento, não só para as crianças como para os adultos: mesmo quem é diferente de nós, quem pensa e age de modo diverso, quem não se parece conosco merece nosso respeito e nossa consideração. Quando conhecemos melhor alguém, há uma chance maior de nos simpatizarmos e criarmos laços de afeição.

Energia do riso - A convivência com Boo faz Sully perceber que o riso dela produz mais energia do que seu grito de medo. Essa é a chave para a retomada da Monstros S.A. após o escândalo envolvendo o Sr. Waternoose.

Isto nos faz refletir que, em nossa vida, as relações construídas a partir da confiança e do respeito são muito mais sólidas do que as que se baseiam no medo e no temor uns pelos outros. Se isso é verdadeiro quando se fala das relações de modo geral, é particularmente mais válido no âmbito familiar.

Ter autoridade dentro da família não significa ter a obediência cega e incondicional por parte dos filhos e dos demais membros; representa, ao contrário, a necessidade constante de dialogar, respeitar, ouvir e compreender as demais vozes presentes no lar para, somente então, decidir.

Amizade - Por fim, o filme traz uma mensagem de amizade, na medida em que a relação entre Mike e Sully estremece ante as ocorrências, mas se fortalece cada vez mais.

(Nota: este texto foi escrito em 2003, e nele foi baseada uma contribuição feita à Wikipedia, no verbete Monstros SA)

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